Toranja
Pois é, ontem fomos ver Toranja. Incrível, estupendo, fenomenal, memorável são tudo palavras do dicionário e que neste caso assentam na perfeição que foi o magnífico espetáculo de ontem. Ou melhor, quase perfeição. Do pequeno ponto baixo da noite, falarei mais daqui a pouco.
Pela primeira vez na minha vida cheguei a um concerto antes da abertura das portas (contrariado, diga-se) deviam de ser umas 8.45. Pode-se dizer que a localização em que ficamos era razoável, poderia ser mesmo muito boa, não fosse estarmos em pleno habitat natural das
Pitus feminus, mais precisamente da sub-espécie
fanis istéricus. Aquilo era pitas por todo o lado meus amigos, que a cada gesto do jovem Tiago Bettencourt gritavam que nem malucas. Fora isso, a vista para o palco era muito boa.
O concerto começou com um ligeiro atraso (a hora prevista era às 22) de cerca de quinze minutos. Pordoem-me todos aqueles que têm por norma decorar o alinhamento todo, mas a única coisa que sei ao certo foi que começaram com duas músicas novas que fazem parte do novo albúm, actualmente em fase de estúdio.
Algures no primeiro terço do concerto, Tiago senta-se ao piano e anuncia o nome de uma música nova: "Laços". Reacção do público: "Laços?! Mas que é isso? Lá agora 'Sou mau como'caraças' é d'home, agora 'Laços'?" Reacção do Tiago: "Epá, isto foi o melhor que me saiu na altura, mas se vocês não gostam podemos mudar." Na verdade, "Laços" era até uma melodia bastante interessante, é pena é o nome... enfim!
Pouco depois, é a vez de entrar em palco o primeiro convidado da noite: Manuel Cruz, ex-Ornatos, actual vocalista dos Pluto. Entrou ao som do grande êxito dos Ornatos Violeta "Chaga" num dueto perfeito com Tiago Bettencourt. Depois, se a memória não me falha, fez os "backing vocals" na canção "Adormecido", dos Toranja. Despediu-se então do maravilhoso público ali presente.
Pouco depois, chegou o momento Unplugged da noite, com duas guitarras acústicas, um baixo e a bateria. Passaram por aquele momento grandes canções como "Lados Errados". Mais umas músicas novas, e sempre que apresentava uma música nova, Tiago dizia qualquer coisa como: "a próxima música chama-se 'Laços'", ao que o públio ria-se, claro.
E foi pouco depois disto que surgiu o duplo mau momento da noite. O primeiro foi quando Tiago trocou o nome da Invicta, ao dizer qualquer coisa como: "É bom estar aqui hoje em Lisboa..." Assobios e apupos. Não se esperava outra coisa. O segundo mau momento da noite foi logo seguido, com a entrada do segundo convidado em palco: Pedro Abrunhosa. Eu já temia isto e foi o que aconteceu. Puseram Pedro e Tiago a cantar juntos a belíssima "Carta". Acho que falo por todos ao dizer que foi um erro. No entanto, a versão que fizeram em palco do antigo "É preciso ter calma" do Abrunhosa resultou muito bem.
Pouco depois, o concerto "terminava". Ou melhor, nas palavras do Tiago, "Agora é aquela parte em que a gente vai lá atrás fazer um xixizinho e espera que vocês nos chamem". E foi o que aconteceu. Passados poucos segundos, os Toranja voltavam ao palco para o primeiro dos (três? não tenho a certeza)
encores da noite. Mais músicas novas, mais êxitos consagrados. O concerto acabou por terminar algures depois da meia-noite com uma versão da "Carta" quase inteiramente cantada pelo público. É claro que não se livraram da minha crítica: "Afinal quem é que está a ser pago para cantar?". Tenho quase a certeza que o Tiago ouviu, pelo menos ele riu-se quando eu disse isto.
De entre os momentos divertidos da noite destaco todas as referências à "Laços", que foram várias durante a noite, a frase do público "És um fixe, ò amarelo!" dirigindo-se ao Ricardo, guitarrista dos Toranja, a efeméride em relação ao concerto de Tim Booth feita por mim e pelo Gil quando gritamos "Este homem é um romântico pá!" no início da "Carta" e claro, o momento mais hilariante da noite: as calças do Pedro Abrunhosa.
Para terminar gostava de dizer que foi uma noite excelente com companhia excelente. Quero mandar um abraço e um beijo a todos os meus amigos que lá estiveram e a todos os que não poderam estar. Vocês são os maiores. E, se me permitem, gostava de mandar um beijo especial a uma amiga muito especial, que pode-se dizer que eu não vi durante muito tempo, mas que agora está sempre presente no meu coração. Novamente. Um beijo especial para ti, aqui vai: "Chauc".
E agora, venha o próximo. Que em princípio deve de ser o dos fabulosos, magníficos, maravilhosos e incompreendidos "Sala 6". Só espero conseguir um lugar mais perto do palco...